Uma Obra de Arte é um produto da espiritualidade Humana único, irrepetível e cujo valor é incalculável para a Humanidade.

Da Obra de Arte faz parte um bom envelhecimento, factor característico, sem dúvida, da passagem do tempo e que lhe imprime carácter, personalidade e antiguidade.

Contudo o pó, a humidade, a incidência directa do sol, o fumo do tabaco e das lareiras, o ataque dos insectos e outro tipo de acidentes, são factores que contribuem para um mau envelhecimento da Obra de Arte permitindo o avanço precoce da degradação.

O respeito pela Obra de Arte, a consciência da perspectiva de futuro e a necessidade de contemplação obrigam-nos a Conservar e Restaurar as Obras de Arte para que se proceda a sua transmissão às novas gerações.

Esta Oficina de Restauro disponibiliza-se a Conservar e Restaurar Obras de Arte – pintura a óleo sobre tela, escultura em madeira policromada e talha dourada garantindo que:

· Todos os processos efectuados são sujeitos à mais rigorosa apreciação tanto a nível de materiais como de técnicas;

· Todos os materiais e técnicas são compatíveis, reversíveis e eticamente correctos tanto no suporte como na policromia ou na talha;

· Todas as intervenções efectuadas sejam dirigidas à salvaguarda da Obra de Arte, tendo como suporte teórico os critérios do código de ética da E.C.C.O. - Confederação Europeia dos Conservadores Restauradores - bem como da Carta de Restauro de 1972.

Previamente às intervenções a realizar nas obras, será efectuada uma "Proposta de Intervenção" acompanhada de um orçamento.

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1. O que é uma Obra de Arte

2. O que é a Conservação e o Restauro

3. O que é a ECCO e o código de ética da Conservação e do Restauro

1. Para melhor se entender o conceito de restauro há necessidade de entender primeiro o conceito de Obra de Arte.

Segundo Cesare Brandi (1906/1988), historiador e crítico de arte, fundador do L’Instituto Centrale per il Restauro em Roma (1939), uma Obra de Arte é um produto da espiritualidade humana, realizado por uma pessoa singular, num momento singular e irrepetível (...)

2. Conservação e o Restauro é pois o conjunto de acções e técnicas exercidas sobre um objecto de interesse social e cultural quando estes tenham sido sujeitos a condições atmosféricas agressivas, catástrofes naturais, vandalismo, simples passagem do tempo ou ainda quando os métodos preventivos não tenham sido suficientes para preservar o seu bom estado.

Existem várias atitudes a ter perante a necessidade de conservar e restaurar um bem cultural:

  • Conservação preventiva – acção sobre algumas realidades que rodeiam a Obra de Arte tais como climatização adequado do espaço, temperatura, humidade e luz ideais, transporte armazenamento e exposição adequadas.
  • Conservação curativa – intervenção directa sobre a Obra de Arte e seu suporte tais como desinfestação, fixação de craquelé, facing, consolidação, reentelagem e cobertura de lacunas.
  • Restauro – limpeza de vernizes muito oxidados quando estes impeçam a correcta leitura da obra e reintegração cromática da lacuna.

O restauro deve dirigir-se ao restabelecimento da unidade potencial da Obra de Arte, sempre que isto seja possível, sem cometer uma falsificação artística ou histórica sem apagar as marcas históricas da passagem da Obra de Arte pelo tempo” (Teoria do Restauro, Cesare Brandi)

3. A E.C.C.O. – Confederation Européenne des Organisme de Conservateurs-Restaurateurs – é um documento redigido em 1993 que afirma uma série de regras gerais de orientação sempre que se dirijam acções no sentido da conservação e restauro de um objecto artístico (http://www.ffcr-fr.org/ref/guidefr.html). Entre outros, assenta em alguns princípios fundamentais do código de ética sendo estes:

  • O conservador restaurador deverá respeitar o significado estético e histórico bem como a integridade física da Obra de Arte.
  • Deverá aplicar as mais elevadas normas de ética em desfavor de opiniões pessoais.
  • Deverá aplicar sempre o princípio da intervenção mínima.
  • Deverá aplicar sempre o princípio da reversibilidade dos materiais e técnicas usadas.
  • Deverá documentar sempre todos os passos dados durante as actividades de conservação e restauro
  • O conservador restaurador não deverá empreender acções para as quais não tenha competência.
  • Deverá aplicar sempre o princípio da interdisciplinaridade para melhor compreender a obra de arte.

terça-feira, 26 de março de 2013

Alfredo Keil












Em restauro ...

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